Encontro nas palavras o que busco na vida e na vida encontro palavras que definem minhas buscas. Me perco quando tento ser apenas comum e rasa, nunca serei. Sou bicho do mato, intensa, visceralmente alucinada por tudo aquilo que me traga um pouco de emoção. Meu vício por palavras fez de mim uma caçadora de aventuras, é só por isso que eu danço na chuva, corro para abraços que nunca experimentei, beijo lábios fingindo que me pertencem por uma vida e logo me despeço, mas nunca dizendo adeus, pois aventuras sempre deixam um gostinho de "quero mais". Deixo o vício me consumir. Tudo começa pelos sentidos: um sorriso quente, um olhar doce, uma voz macia. Mistura-se tudo dentro de uma onda de calafrios que percorrem minha espinha, lentamente, o frio na barriga que vem no mesmo momento em que ouso pensar naquilo que me tirou o chão e me deixou andando nas nuvens por dias. Tudo isso dentro de mim vira uma coisa engraçada que nem mesmo palavras poderiam explicar de forma compreensível. E como uma droga, de repente a brisa bate ! Meu cérebro grita de dor pois tanto sentimento sem fazer sentido me deixa meio tonta, minhas mãos formigam e anseiam pela tinta, pelo papel, por todo aquele ritual de exorcismo que é a escrita. Escrever é exorcizar meus piores demônios e transformá-los em belas poesias. As vezes exorcizo sentimentos bons falando sobre raiva, sentimentos ruins falando sobre o amor que tanto tentam me convencer que não existe. Eu sei que existe no mundo alguém que entenda exatamente como é essa sensação única, esse apego, esse desejo que necessita ser saciado sem demora.
Mesmo depois que vomito todas as palavras do meu cérebro, as sensações e emoções continuam fluindo em minhas veias, fazendo de mim uma eterna máquina de palavras ambulante.
Meus dedos ainda estão formigando...
0 comentários:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.